• (67) 3321-0149
  • Segunda-feira à Sexta-feira das 08:00h às 17:00h

26 de outubro de 2017

Profissionais da odontologia protestam na Câmara contra corte de plantões

Cirurgiões-Dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal lotaram o plenário da Câmara Municipal de Campo Grande nesta quinta-feira, 26, para protestar contra o anúncio da Prefeitura de corte em 70% dos plantões odontológicos que contemplam as áreas das especialidades. 

No primeiro semestre desse ano, a Prefeitura já realizou um corte de 200 plantões. A medida, que segundo a  Prefeitura se faz necessária para gerar uma economia, afetará diretamente à população. 

Para se ter noção de como atingirá à sociedade, de janeiro a setembro deste ano, somente nesses plantões de especialidades foram atendidas 20 mil pessoas e realizados cerca de 60 mil procedimentos. Com o corte, a fila de espera que atualmente é de 15 mil pessoas irá aumentar ainda mais.  

"Estamos velando a saúde e estão querendo enterrar a odontologia. Esse corte afetará as pessoas mais carentes e pessoas com necessidades especiais", afirmou o presidente da AOCG, Carlos Borges, ainda se referenciando a carência na estrutura na saúde pública, com falta de insumos básicos e EPIs (Equipamento de Proteção Individual).

Segundo informações apresentadas, a Prefeitura alega que o corte geraria uma economia de aproximadamente R$5 milhões, mas levantamento realizado aponta que a contenção de gastos não passaria de R$500 mil.

Ainda conforme dados apresentados, a cobertura da saúde da família em Campo Grande não chega a 40%. De acordo com os profissionais da área, a odontologia da Capital que já foi uma referência nacional sendo contemplada com o prêmio Brasil Sorridente, atualmente padece.

Além de afetar a população o corte irá comprometer o orçamento familiar dos servidores, já que muitos têm a gratificação dos plantões como um complemento na renda.  A perda acumulada pode ser ainda maior, pois incidirá sobre uma menor contribuição na previdência. 

Diversos vereadores saíram em defesa da categoria afirmando que "não se pode fechar serviço de saúde sem o aval do Conselho Municipal de Saúde" e que irão convidar representantes do Executivo para dialogar sobre o tema, a fim de buscar uma outra solução. 

O CRO-MS apoia a luta de todos os profissionais da odontologia da rede de Campo Grande, que estão defendendo os seus direitos e do acesso à saúde por parte da população.