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1 de março de 2021

CRO-MS alerta sobre venda de materiais odontológicos falsificados

Falsos aparelhos ortodônticos e “borrachinhas coloridas” comercializados como um simples acessório, em sites, mídias sociais e pequenas lojas comerciais. Mas a busca por um visual diferente pode render em sérios problemas para a saúde bucal.  

Por isso, aComissão de Ortodontia do CRO-MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) alerta:

Vivemos em uma época em que o apelo estético nos mais variados setores e a necessidade de aceitação principalmente por parte do público jovem e frequentadores das redes sociais têm causado preocupação em diversos segmentos da sociedade, dentre eles a área da saúde.

Na Odontologia não é diferente. Pessoas não habilitadas se aproveitam da situação para comercializar produtos odontológicos de forma irregular tanto na internet como em feiras livres e até mesmo nas ruas das grandes cidades. Entre estes produtos se encontram os aparelhos ortodônticos e seus acessórios. Isto nos leva à necessidade de alertar a população aos malefícios que esta prática pode trazer a quem utiliza estes produtos. São aparelhos fabricados com produtos aleatórios, geralmente de baixa qualidade, que podem ser tóxicos e colocados sem nenhum acompanhamento profissional.

A comercialização desses materiais por ambulantes ou por usuários de redes sociais traz desconfiança em relação à origem desses produtos. Sem saber a procedência, não é possível fazer a fiscalização destes materiais, o que os tornam impróprios para uso. Fios e elásticos usados na Ortodontia, assim como qualquer outro material odontológico, necessitam ser testados e aprovados por agências reguladoras. Necessitam ser biocompatíveis e possuírem aplicações de forças adequadas para os dentes suportarem.

Os aparelhos ortodônticos utilizados pelos ortodontistas são rigorosamente supervisionados pela ANVISA. São fabricados com materiais biocompatíveis e seus f ios possuem forças especificamente calibradas e formatos adequados à arcada dental para movimentar os dentes.

O uso de aparelhos ortodônticos sem o acompanhamento de um profissional capacitado, no caso o ortodontista, pode trazer problemas na mastigação, mobilidade e movimentação dentária

indesejada e, em casos severos, a perda óssea e dos dentes em questão.

Diante deste contexto, fica evidente a importância do alerta que a classe odontológica traz para esta situação, bem como a necessidade de um controle mais intenso da venda indiscriminada de materiais odontológicos sem fiscalização, em benefício da saúde da população em geral.

Na   ânsia  de   se   destacar,  alguns  adolescentes   têm ultrapassado limites que podem custar caro à saúde.

O uso dos aparelhos diferenciados – como são chamados os aparelhos ortodônticos falsos, aplicados com materiais e formatos alternativos é um exemplo. Em vez de buscar tratamento com um ortodontista, os usuários dos aparelhos falsos produzem e “instalam” seus próprios aparelhos. Alguns até prestam o serviço comercialmente, cobrando para colocar em outras pessoas.

As técnicas empregadas, no entanto, são totalmente diferentes daquelas aplicadas em consultório. E o pior: além da falta de conhecimento sobre a anatomia da face, ainda utilizam materiais e produtos impróprios para a saúde.

Conheça os principais riscos que um aparelho ortodôntico pirata pode causar à saúde do usuário:

Como os aparelhos falsos são feitos?

Os aparelhos falsos são feitos, em sua maioria, de fios de arame ou plástico, e fixados aos dentes com cianoacrilato – comercialmente conhecido como Super Bonder. Algumas pessoas utilizam até cerdas de vassoura para simular o fio metálico!

Para colorir o sorriso, são utilizadas ligaduras elásticas, as mesmas usadas pelos ortodontistas, mas com duas grandes diferenças.

  1. São colocadas de forma incorreta: trançadas, sobrepostas ou no local errado;
  2. Não possuem garantia de procedência: são vendidas sem fiscalização, pela internet ou por ambulantes, fora da embalagem original.

Quais os principais danos causados pelo uso do aparelho falso? 1- Movimentação indesejada

Embora sejam produzidos com materiais inadequados, a combinação dos fios e borrachinhas do aparelho falso, também exerce força sobre a arcada, resultando na movimentação aleatória dos dentes.

  • Inflamações e infecções bucais:

Ao colocar o aparelho dentário sem orientação profissional, acompanhamento e manutenção, a pessoa pode também negligenciar a própria higienização, causando um acúmulo maior de resíduos, formação de placa bacteriana e a possibilidade de inflamação dos dentes. Além disto, a má colocação pode causar ferimentos nas gengivas em toda a mucosa da boca, resultando em infecções, que podem chegar a um nível grave.

  • Perda de sustentação

O efeito da movimentação, porém, não fica limitado somente ao aspecto externo do sorriso, visto que move também a raiz do dente e os ossos de sustentação. Os resultados podem ser dor na mandíbula, retração da gengiva e amolecimento da raiz.

Quando o uso do aparelho falso é prolongado, há chances de agravamento do quadro, levando a danos irreversíveis: perda óssea e, consequentemente, perda dos dentes.

  • Mau hálito

Em função da movimentação indevida da arcada, criam-se espaços entre a gengiva e os dentes. Assim, pode haver acúmulo de resíduos alimentares e, assim, o surgimento de placa bacteriana e tártaro. Os produtos utilizados na fixação também podem reter sujeira e dificultar a escovação.

O posicionamento errado dos dentes afeta a mordida e, consequentemente, a mastigação, originando refluxo, gastrite e outras doenças estomacais que causam o mau hálito.

Em 2014, o Fantástico (TV Globo), abordou os danos que  aparelhos falsos podem causar à saúde. Clique para assistir.